Como ocorre todos os anos, a audiência
pública na Câmara Municipal para discutir o Orçamento registrou, ontem,
uma série de lamentos por conta do desinteresse da população, dos
delegados do Orçamento Participativo e dos vereadores em relação ao
tema. É sempre o mesmo chororô e as mesmas ilações sobre os motivos para
tanto desinteresse. Quem quebrou essa rotina foi o vereador Antônio
Pereira, presidente da Comissão de Finanças, Orçamento, Fiscalização
Financeira e Controle da Câmara.
Diante do lamento dos presentes,
Pereira registrou, de forma curta, mas contundente, sua insatisfação
pela ausência do secretário Júlio César Cabral, das Finanças, que se fez
representar pelo adjunto, Rossandro Agra. Este tentou justificar a
falta de Cabral, mas, a emenda saiu pior que o soneto. Segundo Agra,
Júlio chegou de viagem de madrugada e resolveu ficar na secretaria. O
vereador Cassiano Pascoal também saiu em defesa do secretário, lembrando
que o adjunto tem respaldo legal para representar a pasta.
Antes de encerrar a sessão,
Antônio Pereira, sem eufemismos ou meias palavras, replicou os
comentários, desfechando uma dura crítica a Júlio César Cabral.
“Qualquer titular de qualquer governo senta-se nessa casa como uma
pessoa amiga. Se não pode comparecer, telefone e diga que não pode vir,
peça para remarcar ou avise que vai mandar o adjunto, e está
justificado. Agora, não justificar, acho no mínimo uma grosseria que eu
registro e não abro mão. Já fiz esse registro pessoalmente ao prefeito,
fiz ao próprio Júlio César e, agora, faço aqui.
É falta de respeito. Todos
merecemos respeito. O secretário merece respeito. Quando a gente vai à
secretaria, o trata como amigo, mas também como secretário. Não passa
destas medidas. Essa casa também quer ser tratada assim. Quando alguém
vem para cá, tem que respeitar esta casa, porque na Câmara de Vereadores
há um titular que precisa se fazer respeitar, porque, do contrário,
essa casa vira casa de Noca. E, na minha mão, não vira”, detonou o
vereador.
Histórico
Não é a primeira vez que Júlio
César Cabral deixa de atender a uma convocação da Câmara, irritando
vereadores. Em 2009, o secretário provocou revolta na então vereadora
Daniella Ribeiro, ao ignorar a convocação para uma audiência sobre o
IPTU.
Desrespeito
A decisão de um secretário
municipal de deliberadamente ignorar a convocação do parlamento do
Município para uma audiência pública é inadmissível. Nas palavras do
vereador Antônio Pereira, é um desrespeito. Um desrespeito aos
vereadores, ao poder legislativo e, por conseguinte, ao povo campinense
que é representado pelos vereadores.
FONTE: www.blogdolenildo
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